Ogden propõe uma metáfora para o trabalho analítico, comparando-o a uma escuta "musical". Essa escuta não se limita às notas tocadas, ou seja, ao conteúdo manifesto dos sonhos e das falas do paciente – o analista também deve estar atento às "notas não verbalizadas", aos silêncios, às omissões e aos afetos que não são verbalizados.
Essa escuta atenta aos elementos não verbalizados é fundamental para acessar a "melodia dos sonhos não sonhados". Ogden se refere aqui aos sonhos que não foram sonhados, mas que estão presentes na psique do paciente de forma inconsciente. Esses sonhos podem conter informações importantes sobre a história do paciente, seus desejos e conflitos.
O "dueto analítico" é a relação que se estabelece entre o analista e o paciente. Através da escuta atenta e da interação mútua, o analista ajuda o paciente a entrar em contato com seus sonhos não sonhados e a torná-los conscientes.
Alguns pontos importantes:
A escuta analítica não é apenas uma escuta verbal, mas também uma escuta atenta aos afetos e aos elementos não verbalizados.
Os sonhos não sonhados são uma parte importante da psique do paciente e podem conter informações valiosas sobre sua história e seus conflitos.
O dueto analítico é uma relação colaborativa que visa ajudar o paciente a compreender e integrar seus sonhos não sonhados.
Por fim, finalizo este texto e te convido a refletir sobre a importância da escuta em suas relações pessoais e profissionais.
Lembre-se: a escuta é um ato de amor e de cuidado. É através da escuta que podemos verdadeiramente nos conectar com o outro e ajudá-lo a encontrar o seu caminho.
Ogden, T. (1994). Os sonhos não sonhados: Uma teoria intersubjetiva da experiência psicanalítica. Porto Alegre: Artmed. (p. 25)
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