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Foto do escritorAna Elisa Gonçalves Bortolin

“O Ser do homem não pode ser compreendido sem sua loucura, assim como não seria o ser do homem se não trouxesse em si a loucura como limite de sua liberdade.”

Lacan argumenta que a loucura não é algo externo ao ser humano, mas uma parte intrínseca a ele. O ser humano é visto como faltoso, buscando completude nas relações. A loucura, para Lacan, é uma tentativa de preencher essa falta em si mesmo, embora sempre frustrada, pois a falta é inerente e irremediável.

Segundo ele, a loucura representa o limite da liberdade humana. Embora tenhamos a liberdade de escolher, ela é limitada pela nossa própria falta. A busca da completude na loucura é uma ilusão, pois a falta persiste.

Todos possuímos um lado irracional e imprevisível, tornando-nos humanos. A loucura não deve ser temida, mas compreendida e aceita. Ela pode ser uma maneira de lidar com a dor, oferecendo uma fuga para um mundo mais fascinante. Contudo, é vital equilibrar razão e loucura, sendo racional para viver em sociedade, mas permitindo uma expressão saudável da nossa loucura.


Lacan, J. (1966). Écrits. Paris, França: Seuil. p. 176.


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