Lacan argumenta que a loucura não é algo externo ao ser humano, mas uma parte intrínseca a ele. O ser humano é visto como faltoso, buscando completude nas relações. A loucura, para Lacan, é uma tentativa de preencher essa falta em si mesmo, embora sempre frustrada, pois a falta é inerente e irremediável.
Segundo ele, a loucura representa o limite da liberdade humana. Embora tenhamos a liberdade de escolher, ela é limitada pela nossa própria falta. A busca da completude na loucura é uma ilusão, pois a falta persiste.
Todos possuímos um lado irracional e imprevisível, tornando-nos humanos. A loucura não deve ser temida, mas compreendida e aceita. Ela pode ser uma maneira de lidar com a dor, oferecendo uma fuga para um mundo mais fascinante. Contudo, é vital equilibrar razão e loucura, sendo racional para viver em sociedade, mas permitindo uma expressão saudável da nossa loucura.
Lacan, J. (1966). Écrits. Paris, França: Seuil. p. 176.
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